Modelos do processo de comunicação
Macromodelo do processo de comunicação
O macromodelo de comunicação apresenta nove elementos. Dois deles representam as principais partes envolvidas na cominação: o emissor e o receptor. Outros dois representam as principais ferramentas de comunicação: mensagem e meio. Outros quatro elementos representam as principais funções da comunicação: codificação, decodificação, resposta e feedback. O último elemento no sistema é o ruído (mensagens aleatórias e concorrente que podem interferir na comunicação pretendida).
Atenção seletiva: As pessoas são bombardeadas por cerca de 1500 mensagens comerciais por dia, o que explica por que os anunciantes fazem o que for preciso para captar a atenção do público: lançam mão de terror, música, apelos sexuais ou ainda audaciosos com títulos em negrito prometendo coisas. O bombardeio de anúncios também representa um enorme obstáculo para atrair a atenção.
Distorção seletiva: Os receptores vão ouvir o que se ajusta a seu sistema de crenças. Consequentemente, é comum eles acrescentarem à mensagem coisas que estão expressas ali (amplificação) e não perceberem outras que estão presentes (nivelamento). A tarefa do comunicador é buscar maior simplicidade, clareza, interesse e repetição para conseguir que os principais pontos sejam compreendidos.
Retenção seletiva: As pessoas retêm na memória por mais tempo apenas uma pequena fração das mensagens que chegam até elas. Se a atitude inicial do receptor em relação ao objeto for positiva e se ele tiver argumentos de apoio, é provável que sua mensagem seja aceita e lembrada. Se a atitude inicial do receptor for negativa e ele tiver contra argumentos, é possível que a mensagem seja rejeitada, mas fique retida na memória por um longo período.Como a persuasão requer que o receptor repita os próprios pensamentos, muito do que se costuma chamar de persuasão é na verdade autopersuasão.
Micromodelo das respostas do consumidor
Os micromodelos de comunicação de marketing se concentram nas respostas específicas do consumidor à comunicação.
Esses modelos pressupõem que o comprador passa por um estádio cognitivo, um afetivo e um comportamental, nessa ordem. A sequência “aprender – sentir – agir” é apropriada quando o público tem grande envolvimento com uma categoria de produtos que parece muito ampla e heterogênea, como no caso da compra de um automóvel ou de uma casa.Uma sequência alternativa “agir – sentir – aprender”, é importante quando o público apresenta grande envolvimento com o produto, mas percebe pouca ou nenhuma diferenciação entre os produtos da categoria, como na compra de uma passagem aérea ou um computador. Uma terceira sequência, “aprender – agir – sentir”, é importante quando o público tem pouco envolvimento e percebe pouca diferenciação entre os produtos da categoria, como na compra de sal ou de pilhas. Quando escolhe a sequência certa, o profissional de marketing consegue planejar melhor sua comunicação.
Estágios |
Modelo Aida | Modelo da hierarquia de efeitos | Modelo da inovação-adoção | Modelo de comunicação | ||||||||||||
Estágio cognitivo
|
Atenção |
Conhecimento |
|
Resposta cognitiva | ||||||||||||
Estágio afetivo
|
Interesse
Desejo |
Preferência
Convicção |
Interesse
|
Atitude
| ||||||||||||
Estágio comportamental
|
Ação |
Compra |
Experimentação
Adoção
|
Comportamento |
Supondo que o comprador tenha grande envolvimento com a categoria de produtos e perceba bastante diferenciação dentro dela. Ilustraremos a seguir o modelo da hierarquia de efeitos no contexto de uma campanha de uma pequena faculdade de Boituva, chamada FIB.
Conscientização: se a maioria do público alvo não está consciente do objeto, a tarefa do comunicador é desenvolver a conscientização. Suponhamos que a FIB procure alunos de Itu, onde seu nome não é conhecido, e que existam 30 mil alunos do ensino médio em Itu que poderiam se interessar pela FIB. A faculdade pode estabelecer como objetivo conscientizar 70% desses alunos no prazo de um ano.
Conhecimento: o público alvo está consciente da marca, mas não sabe nada mais sobre ela. A FIB pode desejar que seu público alvo saiba que ela é uma faculdade particular, com cursos de duração de quatro anos, com excelente programa pedagógico e idiomas estrangeiros. Assim, é preciso ter noção de quantas pessoas no público alvo conhecem a FIB pouco, razoavelmente ou muito. Se o conhecimento for pequeno, a FIB poderá escolher o conhecimento da marca como objetivo de comunicação.
Simpatia: se o público alvo conhece a marca, o que acha dela? Se o público tem uma opinião desfavorável sobre a FIB, o comunicador precisa descobrir a causa. Se a opinião desfavorável se baseia em problemas reais, a faculdade tem de solucioná-los primeiro e depois comunicar a renovação da qualidade. Boas relações com o público exigem boas ações seguidas de boas palavras.
Preferência: o público alvo pode gostar do produto, mas não preferi-lo a outros. Nesse caso, o comunicador pode tentar conquistar a preferência do consumidor comparando a qualidade, o valor, o desempenho e outras características com os dos prováveis concorrentes.
Convicção: um público pode preferir determinado produto, mas não estar convencido a comprá-lo. A tarefa do comunicador é desenvolver a convicção e a intenção de compra entre os alunos interessados na FIB.
Compra: por fim, algumas pessoas do público alvo podem estar convencidas, mas não efetuar realmente a compra. O comunicador precisa levar esses consumidores a tomar a iniciativa da compra, oferecendo p produto a um preço mais baixo e benefícios adicionais ou deixando o consumidor a experimentá-lo. A FIB pode convidar alguns alunos selecionados do ensino médio para visitar o campus e assistir algumas aulas, ou ainda oferecer bolsas parciais para os melhores alunos.
Para aumentar as chances de sucesso de uma campanha de comunicação de marketing, o profissional de marketing deve tentar aumentar a probabilidade de cada uma das etapas anteriores se concretizar. Por exemplo, do ponto de vista da propaganda, a campanha ideal garantiria que:
- O consumidor certo estivesse exposto à mensagem certa no local certo e na hora certa;
- O anúncio prendesse a atenção do consumidor, mas não o desviasse da mensagem que se tenciona transmitir;
- O anúncio refletisse adequadamente o nível de compreensão do consumidor sobre o produto e a marca;
- O anúncio posicionasse a marca corretamente em termos dos pontos de diferença e dos pontos de paridade desejáveis e exeqüíveis;
- O anúncio motivasse os consumidores a considerar a compra da marca;
- O anúncio criasse fortes associações de marca com todos esses efeitos de comunicação armazenados, a fim de causar impacto quando os consumidores considerassem a realização de uma compra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário